MOSCOU (Reuters) - Agentes de segurança da Rússia mataram a tiros nesta sexta-feira quatro detentos que fizeram reféns em uma colônia penal, esfaquearam fatalmente quatro dos funcionários do local e postaram vídeos online descrevendo-se como militantes do Estado Islâmico, segundo autoridades.
"Os snipers das forças especiais da Guarda Nacional Russa na região de Volgogrado, com quatro tiros precisos, neutralizaram quatro prisioneiros que haviam feito reféns os funcionários da prisão. Os reféns foram libertados", disse a Guarda Nacional, segundo a agência de notícias estatal RIA.
O serviço federal de prisões afirmou que todos os quatro agressores foram "liquidados". Acrescentou que quatro de seus funcionários morreram de ferimentos causados por facadas e outros foram tratados no hospital. Um total de oito funcionários da prisão e quatro condenados foram mantidos como reféns.
Em um dos vídeos postados pelos agressores, as vítimas foram vistas deitadas em poças de sangue, uma delas com a garganta cortada. Um dos prisioneiros gritou que eles eram "mujahideen" do Estado Islâmico.
Outros vídeos mostraram os agressores andando de um lado para o outro no pátio da prisão, onde um dos reféns estava sentado, com o rosto coberto de sangue.
A operação para libertar os prisioneiros ocorreu depois que o presidente Vladimir Putin, em uma reunião semanal de seu Conselho de Segurança, disse que queria ouvir o ministro do Interior, o chefe de segurança do FSB e o chefe da Guarda Nacional sobre o incidente.
A Rússia, cujas agências de defesa e segurança estão fortemente concentradas em sua guerra na Ucrânia, tem visto um recente aumento nos ataques de militantes islâmicos.
Em junho, uma sangrenta revolta em uma prisão ligada ao Estado Islâmico ocorreu na região sul de Rostov, onde forças especiais mataram a tiros seis detentos que haviam feito reféns.
No final do mesmo mês, pelo menos 20 pessoas foram mortas em ataques a tiros contra uma igreja, uma sinagoga e um posto de controle da polícia no Daguestão, uma região majoritariamente muçulmana do sul da Rússia.
Em março, o Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade por um ataque em que homens armados invadiram a sala de concertos Crocus City, perto de Moscou, atiraram na plateia com armas automáticas e incendiaram o prédio, matando mais de 140 pessoas.
(Reportagem da Reuters em Moscou e Londres)