PARIS (Reuters) - Uma plano para proibir os hijabs, peça de vestuário de mulheres muçulmanas, caso a candidata à Presidência da França Marine Le Pen seja eleita, aconteceria "aos poucos" e seria determinado pelos parlamentares, afirmaram aliados de Le Pen nesta segunda-feira, baixando o tom sobre a proposta há uma semana do segundo turno das eleições.
O núcleo de extrema-direita do programa de Le Pen tem sido examinado com atenção nos últimos dias da campanha eleitoral.
Louis Aliot, prefeito da cidade de Perpignan e ex-companheiro de Le Pen, disse em entrevista à rádio France Inter que a proibição aos hijabs seria uma das várias ferramentas políticas para combater o "islamismo", mas que sua implementação precisaria acontecer de maneira "progressiva".
A proibição deveria se destinar primeiramente aos serviços estatais, disse, antes de ser ampliada aos poucos. "Haverá um debate no Parlamento, e então a escolha será tomada", disse.
Outro aliado de Le Pen, David Rachline, prefeito da cidade mediterrânea de Frejus, também pareceu atenuar sua postura em relação à questão. "Não queremos atacar pessoas... todas as mulheres utilizando hijabs não são islamistas", disse.
Le Pen havia dito anteriormente que o hijab não podia ser encarado como um sinal da crença religiosa de uma pessoa, mas como um "uniforme islamista", que precisava ser banido do espaço público francês.
A seis dias da eleição final na segunda maior economia da zona do euro, Le Pen nunca esteve tão próxima do Palácio do Elisei, mas sua disparada nas pesquisas de opinião parece ter estagnado após o primeiro turno, depois que Macron intensificou sua campanha.
As principais pesquisas ainda mostram Macron como o provável vencedor, ainda que com uma margem estreita.
Uma pesquisa Ipsos conduzida para a rádio France Info e o jornal Le Parisien publicada nesta segunda-feira mostrou Macron com 56% dos votos, uma alta de 0,5 ponto em relação ao dia anterior, e de 3 pontos em relação ao primeiro turno.