ABUJA, 13 Jul (Reuters) - A ativista paquistanesa Malala Yousafzai, que sobreviveu a um tiro na cabeça do Talibã por fazer campanha por educação para meninas, pediu ajuda para a libertação de um grupo de meninas abduzidas por militantes islamitas.
Neste domingo, Malala se encontrou com os pais de mais de 200 meninas que foram sequestradas pelo grupo militante Boko Haram de uma escola no vilarejo de Chibok, em abril.
O Boko Haram, inspirado pelo Talibã, disse estar lutando para estabelecer um estado islâmico na Nigéria, país de mistura religiosa. O grupo, cujo nome significa "Educação ocidental é pecaminosa", já matou milhares e abduziu centenas desde que lançou uma revolta em 2009.
Alguns dos pais choraram enquanto Malala falava em um hotel na capital Abuja, neste domingo.
"Eu posso ver aquelas meninas como minhas irmãs... eu vou falar por elas até que sejam libertas", disse Malala, que deve encontrar o presidente Goodluck Jonathan na segunda-feira, quando completa 17 anos.
"Eu vou participar ativamente da campanha 'Traga nossas garotas de volta', para ter certeza de que elas voltem com segurança e continuem seu estudos."
A abdução das meninas chamou atenção internacional sem precedentes para a guerra no Nordesde da Nigéria e para o risco que o Boko Haram representa cada vez mais para a segurança do país, líder em produção de energia na África.
Uma campanha no Twitter #BringOurGirlsBack (Traga nossas garotas de volta) apoiada por Michelle Obama e Angelina Jolie aumentou a pressão das autoridades por atuação e pede que Jonathan salve as meninas, atraindo promessas do Ocidente de ajuda.
"Eu posso sentir... as circunstâncias sob as quais vocês estão sofrendo", disse Malala. "É muito difícil para um pai saber que sua filha está em grande perigo. Meu desejo de aniversário este ano é... traga nossas garotas de volta, e vivas".
(Por Tim Cocks and Abraham Terngu)