Por Thomas Escritt
BERLIM (Reuters) - Os sociais-democratas da Alemanha propuseram nesta segunda-feira que Olaf Scholz, ministro das Finanças e político mais popular do partido, se candidate a suceder a chanceler Angela Merkel na eleição nacional do próximo ano, quando Merkel deve terminar seu quarto e último mandato no posto.
A decisão marca uma virada para o ex-prefeito de Hamburgo, derrotado ano passado por dois outsiders de esquerda na disputa para liderar o Partido Social-Democrata (SPD), parceiro da coalizão conservadora governista de Merkel.
"Agora é oficial", escreveu Scholz no Twitter. "A liderança do partido me indicou, com unanimidade, como candidato a chanceler. Estou ansioso para uma campanha divertida, justa e bem sucedida."
Ainda não está claro quem será o candidato dos conservadores. Merkel, 66, disse que não disputará a próxima eleição, após governar a Alemanha desde 2005.
Scholz terá um desafio duro. O SPD, que há décadas disputa o domínio da política alemã com os Democratas-Cristãos (CDU) de Merkel, não vence uma eleição nacional desde 2002 e agora aparece em um distante terceiro lugar na maioria das pesquisas de opinião, atrás dos conservadores e dos ascendentes Verdes.
Scholz é o terceiro político mais popular da Alemanha, atrás de Merkel e de um de seus possíveis sucessores como líder da CDU, o ministro da Saúde, Jens Spahn.
Os sociais-democratas esperam que a transformação de Scholz durante a pandemia de coronavírus, de austero guardião da carteira do povo em tesoureiro que gastou sem amarras com grandes pacotes de estímulo à economia, reforçará seu apoio na eleição do ano que vem.
"A indicação de Olaf Scholz é uma boa decisão no momento certo", disse o último chanceler do SPD, Gerhard Schroeder, ao jornal Handelsblatt. Schroeder saiu do poder em 2005 e tem sido um duro crítico dos mais recentes líderes do SPD.
Scholz foi indicado pelos co-líderes do SPD, Saskia Esken e Norbert Walter-Borjans.
No que alguns viram como reconhecimento do desafio que têm pela frente, Walter-Borjans admitiu, no domingo, o que um dia parecia inconcebível - que, junto com os Verdes, o SPD estaria aberto a governar em coalizão com os partidos de esquerda, herdeiros do Partido Comunista da ex-Alemanha Oriental.
(Por Thomas Seythal e Thomas Escritt)