Por Ange Aboa e Loucoumane Coulibaly
ABIDJAN (Reuters) - Soldados descontentes que exigem aumentos salariais e pagamento de bônus assumiram o controle da segunda maior cidade da Costa do Marfim, Bouake, nesta sexta-feira, de acordo com o ministro da Defesa.
A Costa do Marfim, maior economia do oeste africano, emergiu de uma crise política que durou de 2002 a 2011 como uma das estrelas econômicas em ascensão do continente.
No entanto, o Exército, composto no fim do conflito por uma mistura de ex-membros de facções rebeldes e tropas do governo, permanece uma força repleta de divisões internas.
Um comunicado do ministro da Defesa, Alain-Richard Donwahi, lido na televisão estatal disse que um grupo de soldados havia utilizado armas para abrir caminho para a sede do comando militar em Bouake pouco após a meia-noite (horário local), e então os militares fizeram suas demandas.
“Todos os soldados foram requisitados a permanecerem calmos e voltarem para seus alojamentos para que soluções duradouras possam ser encontradas”, acrescentou.
Intensos tiroteios foram ouvidos na madrugada em Bouake --cidade de meio milhão de habitantes no centro da Costa do Marfim-- e tiroteios esporádicos continuaram durante a manhã.
Bouake foi o palco de uma rebelião que controlou a parte norte do país a partir 2002 até a Costa do Marfim ser reunificada em 2011 depois de uma guerra civil.
Também foram relatados tiros durante a manhã em uma base militar em Daloa, o principal centro comercial no cinturão do cacau no oeste do país. Moradores disseram que soldados, muitos deles mascarados, patrulhavam as ruas em caminhonetes.