Por Humeyra Pamuk e Daren Butler
ISTAMBUL (Reuters) - Os três homens-bomba suspeitos de pertencerem ao Estado Islâmico que mataram 42 pessoas em um ataque com armas de fogo e explosivos no aeroporto de Istambul nesta semana eram da Rússia, do Uzbequistão e do Quirguistão, disse uma autoridade do governo da Turquia nesta quinta-feira.
O ataque ao terceiro aeroporto mais movimentado da Europa foi o pior de uma série de atentados suicidas de militantes na Turquia neste ano.
Os três homens-bomba abriram fogo para criar pânico do lado de fora, e em seguida dois deles entraram no edifício do terminal e se explodiram. O terceiro detonou seus explosivos na entrada. Além dos mortos, outras 239 pessoas ficaram feridas.
O funcionário não deu maiores detalhes além de confirmar as nacionalidades dos agressores e se recusou a identificá-los, porque os detalhes da investigação ainda não foram divulgados. Os investigadores estão com dificuldades de identificar os suicidas por causa do pouco que restou deles, disseram autoridades mais cedo.
"Uma equipe médica está trabalhando 24 horas para concluir o processo de identificação", afirmou uma delas.
O jornal pró-governo Yeni Safak relatou que o homem-bomba russo era do Daguestão, que faz fronteira com a Chechênia, onde Moscou lutou duas guerras contra separatistas e militantes religiosos desde o colapso da União Soviética em 1991.
O serviço de segurança quirguiz não quis comentar, e não foi possível contactar o serviço de segurança uzbeque de imediato.
A polícia turca deteve 13 pessoas, três delas estrangeiras, em operações por toda Istambul em conexão com o ataque noturno de terça-feira.
Equipes de contraterrorismo lideradas por forças especiais da polícia realizaram batidas simultâneas em 16 localidades da cidade, afirmaram dois funcionários à Reuters. As autoridades turcas disseram acreditar que o Estado Islâmico está por trás do ataque ao aeroporto.
O Yeni Safak noticiou haver uma suspeita de que o mentor do ataque seja um homem chamado Akhmed Chatayev, de origem chechena. Chatayev está em uma lista de sanções da Organização das Nações Unidas (ONU) como líder do Estado Islâmico responsável por treinar militantes falantes de russo, e procurado pelas autoridades russas.
O jornal Hurriyet identificou um dos agressores como Osman Vadinov, também checheno, e disse que ele proveio de Raqqa, o coração do território controlado pelo Estado Islâmico na Síria.
(Reportagem adicional de Maria Tsvetkova, em Moscou, e Olzhas Auyezov, em Astana)