CARACAS (Reuters) - O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela deu aos Estados Unidos um prazo de 60 dias para solicitar formalmente a extradição do empresário malaio apelidado de “Fat Leonard”, que foi detido na Venezuela a pedido da Interpol, e em meio um escândalo de suborno da Marinha norte-americana, segundo uma decisão conhecida nesta quarta-feira.
Leonard Glenn Francis foi detido em 21 de setembro no principal aeroporto internacional venezuelano devido a uma emissão de alerta vermelho da Interpol solicitada pelos Estados Unidos com base em crimes de corrupção e suborno, disse no momento da captura o gabinete da Interpol na Venezuela.
Em sua decisão divulgada no site do TSJ, a corte máxima disse que concordou em notificar os Estados Unidos, por meio do Ministério das Relações Exteriores da Venezuela, do "prazo peremptório de dois meses que têm, a partir de sua notificação, para propor o pedido formal de extradição e a documentação judicial necessária", como as provas dos crimes imputados.
Se as autoridades norte-americanas não apresentarem a documentação dentro de dois meses, será ordenada a "libertação irrestrita" do empresário, acrescentou a corte em sua decisão, datada de 13 de outubro.
"Fat Leonard" chegou à Venezuela vindo do México, com escala em Cuba, e planejava seguir para a Rússia, de acordo com a Interpol da Venezuela.
O empresário removeu sua tornozeleira eletrônica e escapou da prisão domiciliar nos Estados Unidos antes de sua sentença iminente em setembro, informou o San Diego Union-Tribune. Segundo um jornal próximo ao governo, o empresário teria declarado perante os tribunais venezuelanos que pediria asilo na Venezuela.
(Reportagem de Deisy Buitrago e Vivian Sequera)