Por Emma Farge e Khalid Abdelaziz
(Reuters) - Uma importante rota de suprimentos para a região de Darfur, no Sudão,onde, segundo especialistas, há risco de fome na população, foi interrompida devido a fortes chuvas, disse nesta quinta-feira uma autoridade do Programa Mundial de Alimentos, enquanto outro membro da Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou que há refugiados se alimentando com mato.
O diretor do programa, Eddie Rowe, disse à Reuters que milhares de toneladas de produtos de ajuda humanitária estão parados no posto de Tina, na fronteira com o Chade. Isso fez com que o órgão abrisse negociações com o governo, que é alinhado aos militares, para que seja aberta uma rota alternativa chamada Adre, mais ao sul e que resiste às condições climáticas.
"Você tem esses rios enormes. Enquanto falo agora, nosso comboio, que deve transportar mais de 2.000 toneladas, está parado", disse Rowe à Reuters.
Um membro da delegação paramilitar Forças de Suporte Rápidas afirmou que o grupo chegou a um acordo com a ONU, mas não com o Exército, para abrir rotas alternativas, como a de Adre.
O Exército, que alertou as agências de ajuda a não tomarem atitudes sem seu consentimento, não respondeu aos pedidos para que comentasse o tema.
O Programa Mundial de Alimentos descreveu o Sudão como a maior crise de fome no mundo, com a região de Darfur Ocidental na pior condição. A guerra civil do país, que já dura 15 meses, desalojou milhões de pessoas e provocou episódios de violência étnica. A guerra foi provocada por um plano para integrar o Exército e as forças paramilitares e realizar uma transição para eleições livres no país.