Por Brian Homewood e Mark Hosenball
ZURIQUE (Reuters) - Promotores suíços deram início a uma investigação criminal sobre Joseph Blatter, o presidente da Fifa, por suspeitas de má administração, declarou a procuradoria-geral da Suíça nesta sexta-feira.
O escritório do procurador-geral (OAG, na sigla em inglês) informou que Blatter foi interrogado após uma reunião do comitê executivo da Fifa em Zurique, e que também nesta sexta-feira as autoridades realizaram uma busca na sede do órgão gerenciador do futebol mundial.
"O escritório do presidente da Fifa foi revistado e dados foram apreendidos", disse o OAG.
Foi a primeira vez que as autoridades que investigam a corrupção no esporte mais popular do mundo apontaram o dedo diretamente a Blatter, suíço de 79 anos que reina absoluto na Fifa desde 1998.
Ele negou qualquer má conduta, e seu advogado norte-americano declarou que ele está cooperando com o inquérito da Suíça.
Uma fonte próxima da Fifa disse que, como Blatter não foi preso, acusado ou indiciado, provavelmente caberá a ele decidir se continua na função até fevereiro, quando deve entregar o cargo.
Mas a fonte disse: "Agora acabou para ele, é assunto encerrado".
Dando sinal de seu temor com as implicações do aprofundamento da investigação, a Rússia não demorou a declarar que isso não a impedirá de sediar a Copa do Mundo de 2018, um dos maiores e mais lucrativos eventos esportivos do mundo.
A concessão das sedes do Mundial de 2018 e 2022 para a Rússia e o Catar é uma das controvérsias sendo analisadas pelas autoridades dos Estados Unidos e da Suíça que investigam a suposta corrupção na entidade – uma fonte de preocupação para grandes patrocinadores como McDonald, Coca-Cola e Visa.
O escândalo veio à tona em maio, quando 14 dirigentes da Fifa e executivos de marketing esportivo foram indiciados.
O OAG disse que Blatter foi questionado por seus representantes, e Michel Platini, ex-astro do futebol francês que comanda a Uefa, também foi abordado para prestar informações.
Platini é o favorito para vencer a eleição que irá substituir Blatter, que já havia anunciado sua renúncia pouco após a eclosão do escândalo.
(Reportagem adicional de Joshua Franklin, Simon Evans e David Ingram)