Por Mohammad Yunus Yawar e Jibran Ahmad
CABUL (Reuters) - Um terremoto de magnitude 6,1 matou 920 pessoas no Afeganistão nesta quarta-feira, disseram autoridades de gerenciamento de desastres, com mais de 600 feridos, e o número de mortos deve crescer à medida que as informações chegam de vilas remotas nas montanhas.
Fotos na mídia afegã mostraram casas reduzidas a escombros, com corpos envoltos em cobertores no chão.
Helicópteros foram mobilizados no esforço de resgate para chegar aos feridos e transportar suprimentos médicos e alimentos, disse uma autoridade do Ministério do Interior, Salahuddin Ayubi.
"O número de mortos provavelmente aumentará, pois algumas das vilas estão em áreas remotas nas montanhas e levará algum tempo para coletar detalhes."
O terremoto de quarta-feira foi o mais mortal desde 2002. Ele ocorreu a cerca de 44 quilômetros da cidade de Khost, no sudeste, perto da fronteira com o Paquistão, de acordo com o Serviço Geológico dos EUA (USGC).
A maioria das mortes confirmadas foi na província oriental de Paktika, onde 255 pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas, acrescentou Ayubi. Na província de Khost, 25 morreram e 90 foram levados ao hospital.
Haibatullah Akhundzada, o líder supremo do Taliban, ofereceu suas condolências em um comunicado.
Montar uma operação de resgate pode ser um grande teste para o Taliban, que assumiu o país em agosto e foi afastado de grande parte da assistência internacional por causa de sanções.
O tremor foi sentido por cerca de 119 milhões de pessoas no Paquistão, Afeganistão e Índia, disse o Centro Sismológico Euro-Mediterrânico (EMSC) no Twitter, mas não houve relatos imediatos de danos ou vítimas no Paquistão.
O EMSC colocou a magnitude do terremoto em 6,1, embora o USGC tenha dito que foi de 5,9.
Somando-se ao desafio para as autoridades afegãs estão as recentes inundações em muitas regiões, que segundo a agência de desastres mataram 11, feriram 50 e bloquearam trechos de rodovias.
O desastre ocorre no momento em que o Afeganistão enfrenta uma grave crise econômica desde que o Taliban assumiu o poder, quando as forças internacionais lideradas pelos Estados Unidos se retiraram após duas décadas de guerra.
Em resposta à tomada de poder pelo Taliban, muitas nações impuseram sanções ao setor bancário do Afeganistão e cortaram bilhões de dólares em ajuda ao desenvolvimento.
A ajuda humanitária continuou, no entanto, com agências internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU).
(Reportagem de Shubham Kalia em Bengaluru, Mohammad Yunus Yawar em Cabul e Jibran Ahmad em Peshawar; reportagem adicional de Alasdair Pal em Délhi)