Por Evan Garcia
FARMERS BRANCH, Texas (Reuters) - Leticia Ferrer é uma “umbraphile” — literalmente, em inglês, uma amante das sombras —, mas o que isso realmente significa é que ela é uma caçadora de eclipses.
A texana de 63 anos diz que viajou por todos os sete continentes e até pelos oceanos entre eles em busca de eclipses solares totais, vendo todos eles desde 1998, e vários antes disso.
O eclipse total sobre a América do Norte que ocorrerá na segunda-feira elevará sua contagem para 21, mas desta vez ela não precisará viajar muito longe. O local onde mora, em Farmers Branch, na região de Dallas, está no percurso de totalidade do eclipse, que ocorre quando o sol é completamente bloqueado pela Lua. Mesmo assim, ela planeja viajar mais de uma hora para o sul para curtir mais momentos do fenômeno.
“Estou viciada com a sensação... daqueles poucos segundos ou minutos, sendo uma no universo e realmente estando presente e sentido o fenômeno. E, claro, sempre tem o planejamento para o próximo”, afirmou. “Minha vida é medida em eclipses.”
Sua obsessão tem custos. Em 2017, diagnosticada com câncer no ovário, ela atrasou o tratamento para presenciar o eclipse naquele ano. Em 2010, seu primeiro marido morreu, e ela viajou para a América do Sul no mês seguinte, porque “eu vi os seus sonhos morrerem com ele, e não vou deixar os meus morrerem comigo”.
Um ano depois, ela encontrou seu atual marido em um website de encontros, e seu perfil dizia que ela tinha a missão de ver todos os eclipses solares totais.
(Reportagem de Evan Garcia)