Por Bill Trott
(Reuters) - Tom Wolfe, um pioneiro do "new journalism" que capturou o humor e a cultura dos Estados Unidos durante cinco décadas com livros que incluem "A Fogueira das Vaidades", "The Right Stuff" e "The Electric Kool-Aid Acid Test", morreu aos 88 anos, informou seu agente.
Wolfe, que tinha um talento para cunhar frases como "radical chique" e "década eu", morreu na segunda-feira de uma infecção não-especificada em um hospital de Nova York, disse seu agente Lynn Nesbit em entrevista por telefone nesta terça-feira.
Os trabalhos de Wolfe, tanto ficção quanto não-ficção, abrangem temas que variam do mundo da arte e Wall Street à cultura hippie dos anos 1960 e tocou questões de classe, poder, raça, corrupção e sexo.
"Eu acho que todo momento vivo da vida de um ser humano, a menos que a pessoa esteja passando fome ou em perigo imediato de morte em algum outro jeito, é controlado por uma preocupação sobre status", disse Wolfe em uma entrevista ao Wall Street Journal.
Ele nunca foi impedido pelo fato de que frequentemente não se encaixava nos seus objetos de pesquisa, em parte porque ele era um elegante bem-vestido, conhecido por seus ternos brancos.
Wolfe estava na casa dos 70 anos quando passava tempo com jovens universitários e trabalhava no livro "I Am Charlotte Simons" e era um observador razoavelmente conservador e antidrogas usando gravata quando viajava com Ken Kesey e sua tribo hippie que consumia LSD, conhecida como os "Merry Pranksters", para escrever "The Electric Kool-Aid Acid Test" na década de 1960. Ao parecer tão fora de lugar, ele achava que as pessoas estariam mais propensas a explicar coisas a ele.
"NEW JOURNALISM"
Wolfe começou sua carreira no jornal Union de Springfield, no Massachussets, e também trabalhou para o Washington Post, New York Herald Tribune e na revista New York.
Ele estava presente no nascimento do que ficou conhecido como "new journalism", um estilo livre que contém muitos diálogos e detalhe e permitiu a repórteres narrar e desenvolver personagens em um modo geralmente mais associado à ficção.
O estilo de Wolfe não era para todos. "A questão não é apenas se Tom Wolfe podia ser levado a sério, mas sim se ele podia ser levado", escreveu um crítico da revista Time em 1968. "Ele é irritante, mas ele desenvolveu um novo idioma jornalístico que trouxe alívio ao padrão Médio-Alto Jornalês".
(Por Bill Trott em Washington e Peter Szekely em Nova York)