Por Michelle Martin
LUENEBURG, Alemanha (Reuters) - Um alemão de 94 anos que trabalhou como contador no campo de concentração de Auschwitz foi condenado nesta quarta-feira a 4 anos de prisão por ser cúmplice do assassinato de 300 mil pessoas, no que pode ser um dos últimos grandes julgamentos do Holocausto.
Oskar Groening não matou ninguém enquanto trabalhava no campo polonês ocupado pelos nazistas, mas os procuradores argumentaram que ele, sendo responsável pelas anotações bancárias de judeus recém-chegados, ajudou a apoiar o regime responsável por assassinatos em massa.
Groening, de cabelos brancos, que estava em julgamento desde abril, admitiu culpa moral, mas disse que cabia ao tribunal decidir se ele era legalmente culpado. Ele disse anteriormente neste mês que só poderia pedir a Deus para perdoá-lo, à medida que não podia pedir isto para as vítimas do Holocausto.
O julgamento abordou a questão de pessoas que eram pequenas partes da máquina nazista, mas não participaram ativamente na morte de 6 milhões de judeus durante o Holocausto. Até recentemente, o sistema de Justiça alemão considerava que elas não deveriam ser condenadas pelas mortes.
Durante seu período em Auschwitz, a função de Groening era coletar os pertences dos deportados após a chegada e colocá-los em processo de seleção, que resultava no envio de muitos para câmaras de gás.
As acusações contra ele são de um período entre maio e julho de 1944, quando 137 trens com cerca de 425 mil judeus da Hungria chegaram a Auschwitz. Pelo menos 300 mil destes judeus foram enviados para câmaras de gás, de acordo com a acusação.
((Tradução Redação Rio de Janeiro; 552122237141))
REUTERS CS PF