Por Marine Strauss e Philip Blenkinsop
BRUXELAS (Reuters) - Um tribunal de Bruxelas condenou seis homens por assassinato e outros dois por acusações de terrorismo nesta terça-feira, após o maior julgamento do país sobre os atentados que mataram 32 pessoas na capital belga em 2016.
Os seis, entre dez acusados, foram considerados culpados de assassinato e tentativa de homicídio em um contexto terrorista por sua participação nos atentados duplos no aeroporto de Bruxelas e em uma terceira bomba no metrô da cidade em 22 de março de 2016.
Eles e outros dois também foram condenados por participar das atividades de uma organização terrorista. Dois homens foram absolvidos.
O julgamento terá audiências separadas para determinar as sentenças em setembro.
O julgamento reavivou memórias dolorosas para as cerca de 1.000 vítimas registradas para comparecer. Elas incluem aqueles que perderam entes queridos ou foram feridos, e testemunhas dos bombardeios. Muitos deram relatos angustiantes dos eventos do dia.
Entre os condenados está Salah Abdeslam, o principal suspeito no julgamento dos ataques em Paris, que mataram 130 pessoas. Em fuga após fugir da capital francesa, ele foi capturado em Bruxelas quatro dias antes dos ataques na Bélgica.
Outros considerados culpados incluem Mohamed Abrini, que foi ao aeroporto de Bruxelas com dois homens-bomba, mas fugiu sem detonar sua mala de explosivos, e Osama Krayem, um cidadão sueco acusado de planejar um segundo ataque como homem-bomba no metrô de Bruxelas.
Oussama Atar, visto como o líder do grupo e presumivelmente morto na Síria, também foi condenado.
Os quatro estão entre os seis acusados já condenados na França pelos ataques de novembro de 2015 em Paris, mas ao contrário do julgamento francês, que terminou no ano passado com uma decisão de um painel de juízes, o caso de Bruxelas foi resolvido por um júri.
Os 12 membros do júri chegaram a uma decisão nesta segunda-feira após duas semanas em isolamento, ao final de um julgamento de sete meses realizado na antiga sede da Otan, especialmente preparada para sediar o julgamento dos bombardeios de Bruxelas.