LIMA (Reuters) - Um tribunal de apelação peruano decidiu nesta sexta-feira que o ex-presidente do país Ollanta Humala e sua mulher devem continuar em prisão preventiva por até 18 meses, enquanto procuradores preparam as acusações de lavagem de dinheiro contra eles.
Humala, que era presidente há pouco mais de um ano, e a ex-primeira-dama Nadine Heredia, são acusados de aceitarem doações de campanha obtidas ilegalmente pela construtora brasileira Odebrecht em 2011 e pelo falecido presidente da Venezuela Hugo Chávez em 2006, que, segundo os promotores, foram usados para enriquecimento pessoal.
O casal nega as acusações e disse que a decisão de um tribunal inferior no dia 13 de julho, que ordenou sua prisão preventiva, violou o devido processo.
Advogados de Humala e Heredia não responderam de imediato a pedidos por comentários, mas espera-se que eles levem o caso à Suprema Corte do país.
A decisão do tribunal contra o pedido do casal de ser libertado da cadeia foi o mais recente golpe contra a esquerda na América Latina, conforme um escândalo de corrupção que começou no Brasil envolvendo a Odebrecht, reverbera pela região.
Humala fez campanha como um aliado de Chávez quando se candidatou à Presidência do Peru em 2006, antes de ganhar a eleição de 2011 com uma esquerda mais moderada.
O agora preso CEO da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, disse em depoimento que a companhia deu 3 milhões de dólares para Humala sob ordem do PT, que apoiou sua campanha por razões políticas e ideológicas, segundo o procurador German Juarez.
(Reportagem de Mitra Taj e Ursula Scollo)