Por Rina Chandran
BANGCOC (Thomson Reuters Foundation) - O filme sul-coreano "Parasita", o primeiro título não falado em inglês a receber o Oscar de melhor filme, ressalta a disparidade crescente e a falta de moradias acessíveis na capital sul-coreana Seul, de acordo com analistas sociais e acadêmicos.
A produção do diretor Bong Joon-ho, que também ganhou os Oscars de melhor roteiro original, melhor filme estrangeiro e melhor diretor, é uma abordagem satírica da disparidade crescente entre ricos e pobres.
Essa diferença é retratada nas casas das duas famílias do filme: o espaço pequeno, encardido e semelhante a um porão de uma e a casa ampla e luxuosa da outra.
"A falta de moradias acessíveis em Seul é um problema grave", disse Andrew Eungi Kim, professor de sociologia da Universidade Coreana de Seul.
"O filme ilustra o tipo de moradia dos 'pobres de casa' ou 'pobres de aluguel' da Coreia", disse, acrescentando que uma pessoa de renda média precisa de até 13 anos para comprar uma casa de preço mediano.
Um relatório de 2018 da Organização das Nações Unidas (ONU) observou que, apesar de a Coreia do Sul estar entre as nações mais ricas do mundo, sua falta de moradias acessíveis é uma "barreira substancial", particularmente para os jovens, a população mais velha e os solteiros.