Por Karen Freifeld e Susan Heavey
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recorreu a alguns pesos-pesados do meio jurídico para ajudá-lo a se defender no julgamento de impeachment no Senado nesta sexta-feira: o ex-conselheiro independente Ken Starr, que abriu caminho para o impeachment do ex-presidente Bill Clinton em 1998, e o proeminente advogado Alan Dershowitz.
A equipe de defesa do presidente republicano será liderada por Pat Cipollone, conselheiro da Casa Branca, e por Jay Sekulow, advogado particular de Trump, informaram a equipe legal e uma fonte. Pam Bondi, conselheira de Trump, e o ex-conselheiro independente Robert Ray também a integrarão, de acordo com uma fonte a par da composição da equipe.
O julgamento começou formalmente na quinta-feira, mas iniciará de fato na terça-feira com as declarações de abertura. O processo no Senado sob comando republicano determinará se Trump deve ser afastado do cargo.
A Câmara dos Deputados controlada pelos democratas votou em 18 de dezembro pelo impeachment devido a duas acusações derivadas de seus tratos com a Ucrânia --abuso de poder e obstrução do Congresso--, após uma investigação centrada em seu pedido para que Kiev investigasse o político rival Joe Biden, possível oponente democrata do presidente na eleição de 3 de novembro.
O Senado deve absolver Trump, já que nenhum dos 53 senadores republicanos expressou apoio ao afastamento, que exige uma maioria de dois terços. Trump nega irregularidades e qualificou o processo de impeachment como uma farsa.
Starr é um ex-juiz federal que ocupou um cargo de alto escalão no Departamento de Justiça no governo do presidente republicano George H.W. Bush. Seu relatório volumoso sobre o caso sexual de Clinton com Monica Lewinsky, uma estagiária da Casa Branca, serviu como base do impeachment do democrata na Câmara dos Deputados, mas o Senado absolveu o então presidente em 1999.
Starr e Dershowitz também atuaram como advogados do financista e criminoso sexual condenado Jeffrey Epstein, que foi encontrado morto em sua cela em Nova York no ano passado enquanto aguardava julgamento por novas acusações de tráfico sexual.
Dershowitz é uma figura bem conhecida nos círculos jurídicos dos EUA há décadas. Ele foi professor da faculdade de Direito de Harvard e fez parte do chamado "dream team" de advogados que conseguiu a absolvição em 1995 do ex-astro de futebol americano e ator O.J. Simpson, acusado de assassinar sua esposa e um amigo dela. Os clientes anteriores de Dershowitz também incluíram o boxeador Mike Tyson e o televangelista Jim Bakker.