Por Doina Chiacu
WASHINGTON (Reuters) - O candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou seu rival democrata, o atual presidente Joe Biden, de dirigir uma "governo da Gestapo" em um discurso privado a doadores, no qual também atacou procuradores envolvidos nas acusações criminais que enfrenta, de acordo com uma gravação ouvida pelos meios de comunicação norte-americanos.
Trump, cuja própria retórica suscitou acusações de tendências fascistas por parte de grupos de direitos civis e outros críticos, fez a comparação com a polícia nazista no regime alemão da Segunda Guerra Mundial em um evento para doadores no sábado à noite em seu resort Mar-a-Lago, em Palm Beach, Flórida.
Os comentários foram feitos após Trump reiterar sua queixa de que as múltiplas acusações contra ele têm motivação política. Ele havia acabado de sair de um julgamento de 11 dias em Nova York no qual é acusado de falsificar registros comerciais para encobrir um pagamento de 130 mil dólares feito a uma estrela pornô.
"Essas pessoas dirigem um governo da Gestapo", disse Trump, segundo uma gravação de áudio ouvida pelo New York Times e pelo Washington Post. "E é a única coisa que eles têm. E é a única maneira de vencerem, na opinião deles, e isso está realmente acabando com eles. Mas isso não me incomoda."
A campanha de Trump não respondeu a um pedido de comentário sobre o discurso relatado.
O ex-presidente, que ocupou o cargo de 2017 a 2021, enfrenta uma série de problemas jurídicos em processos criminais e civis enquanto tenta recuperar a Presidência nas eleições de 5 de novembro. Ele nega irregularidades em todos os casos.
A campanha de Biden disse que os comentários relatados sublinham a raiva e o desejo de vingança do candidato republicano.