Por Nathan Layne
(Reuters) - O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump não estará junto de seus rivais republicanos para o primeiro debate presidencial das eleições de 2024 nesta quarta-feira, mas espera desviar a atenção do evento com uma entrevista pré-gravada transmitida online.
A ausência fará do seu concorrente mais próximo, o governador da Flórida, Ron DeSantis, o maior alvo no debate de Milwaukee, onde candidatos republicanos, incluindo o empresário Vivek Ramaswamay e o ex-vice-presidente Mike Pence, tentarão emergir como alternativas viáveis a Trump.
Com uma liderança dominante na disputa pela indicação republicana para enfrentar o presidente Joe Biden, Trump disse nesta semana que não comparecerá ao debate.
Em vez disso, ele se reuniu com o ex-apresentador da Fox News Tucker Carlson para uma entrevista que irá ao ar às 22h (no horário de Brasília), o mesmo horário de início do debate, potencialmente desviando a atenção de telespectadores.
Espera-se que os participantes façam uma série de ataques contra DeSantis, à medida que tentam destituí-lo como principal desafiante de Trump, de acordo com estrategistas e assessores de campanhas rivais.
DeSantis é visto como vulnerável após uma queda nas pesquisas de opinião, que o deixou definhando mais de 30 pontos percentuais atrás de Trump na disputa.
"Ele será um saco de pancadas", disse Brian Darling, estrategista republicano e ex-assessor sênior do senador Rand Paul. “DeSantis é considerado um candidato ferido que está indo na direção errada.”
Martha MacCallum, apresentadora da Fox News que moderará o debate ao lado do colega Bret Baier, indicou em entrevista à Vanity Fair na semana passada que ambos pressionarão os candidatos a abordar as quatro acusações criminais de Trump.
O evento será realizado um dia antes da data que Trump planeja se render à polícia em Atlanta em conexão com seu indiciamento na Geórgia por acusações de que tentou reverter sua derrota nas eleições de 2020 no Estado.
Mas Jeanette Hoffman, consultora política republicana, disse que alguns candidatos provavelmente se absterão de criticar Trump por medo de irritar seus apoiadores, cujos votos são necessários para obter a nomeação republicana.
As pesquisas mostram que a maioria dos republicanos vê as acusações criminais contra Trump como politicamente motivadas, tornando o assunto difícil de ser abordado por seus rivais.
“Ele ainda está presente porque cada candidato republicano nas primárias terá que tomar uma posição sobre o ex-presidente e seus problemas jurídicos”, disse Hoffman. “É um pouco complicado para alguns candidatos. Eles não querem que Trump seja o indicado, mas também não podem eliminá-lo.”
Os participantes incluem o senador Tim Scott, Ramaswamy e a ex-embaixadora da ONU Nikki Haley, além do ex-governador de Nova Jersey Chris Christie, o ex-governador de Arkansas Asa Hutchinson, DeSantis e Pence.
Na mais recente pesquisa Reuters/Ipsos divulgada neste mês, Trump detinha 47% dos votos republicanos em nível nacional, com DeSantis caindo seis pontos percentuais em relação a julho, para 13%. Nenhum dos outros candidatos ultrapassou um dígito.