Por Jeff Mason e Steve Holland
LAS VEGAS/WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, classificou Anthony Fauci, principal autoridade em doenças infecciosas dos Estados Unidos, como um "desastre" e tentou tranquilizar os funcionários de sua equipe eleitoral de que ainda tem um caminho para vencer no dia da eleição, daqui 15 dias, apesar dos números desfavoráveis nas pesquisas.
Trump e Fauci, um dos membros de sua força tarefa para o coronavírus, têm se desentendido sobre a melhor maneira de lidar com a pandemia que já matou mais de 219 mil pessoas nos Estados Unidos e enfraqueceu as chances de reeleição do presidente republicano no dia 3 de novembro.
Fauci já reclamou abertamente sobre ter sido citado em um anúncio de campanha de Trump e disse em uma entrevista transmitida na noite de domingo ao programa "60 Minutes", da rede CBS, de que não se surpreendeu quando Trump contraiu o vírus.
"Fauci é um desastre. Se eu o tivesse escutado, teríamos 500 mil mortes", disse Trump em uma teleconferência com sua equipe eleitoral que contou com a participação de jornalistas.
Falando de seu hotel em Las Vegas antes de dois comícios no Arizona, Trump disse que os norte-americanos estavam cansados das restrições impostas pela pandemia.
"As pessoas estão dizendo 'Ok, esqueçam a gente agora'. Elas estão cansadas. As pessoas estão cansadas de escutar Fauci e todos esses idiotas", disse Trump, cujos comícios têm sempre muitos apoiadores que não usam máscaras em meio a aglomerações, desobedecendo as orientações de Fauci e de outros especialistas em saúde pública.
(Reportagem de Jeff Mason e Steve Holland)