WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu os pagamentos por silêncio relatados por seu ex-advogado, respondendo um dia depois de parlamentares democratas afirmarem que ele poderia enfrentar um processo de impeachment além de tempo na prisão se for provado que as transações violam legislação financeira de campanha.
Trump disse no Twitter (NYSE:TWTR) que os democratas estavam mirando erroneamente uma "simples transação particular". Documentos judiciais voltaram a atrair na semana passada as atenções a pagamentos de seis dígitos feitos durante as eleições presidenciais de 2016 pelo advogado pessoal de Trump a duas mulheres para que elas não falassem sobre seus supostos casos com o então candidato.
O deputado Jerrold Nadler, que comandará o Comitê Judiciário quando os democratas assumirem o controle da Câmara dos Deputados no mês que vem, disse no domingo que se for descoberto que os pagamentos desrespeitam a legislação de financiamento de campanha isso representaria uma violação digna de impeachment.
Seu colega democrata no Comitê de Inteligência o deputado Adam Schiff disse que Trump poderia ser indiciado ao deixar o cargo e poderia "enfrentar a possibilidade real de ser preso".
De acordo com a legislação dos Estados Unidos, as contribuições de campanha, definidas como valores dados a uma campanha para influenciar uma eleição, devem ser públicas. Tais pagamentos também são limitados a 2.700 dólares por pessoa.
Trump já reconheceu ter reembolsado seu ex-advogado Michael Cohen pelos 130 mil dólares pagos à atriz pornô Stephanie Clifford, também conhecida como Stormy Daniels. Anteriormente, ele negava saber qualquer coisa sobre os pagamentos.
Nesta segunda-feira o presidente novamente negou qualquer conduta irregular e buscou despejar toda a culpa em cima de Cohen.
Trump nega ter tido casos com Stormy Daniels e com a outra mulher que Cohen diz ter pago pelo silêncio, a ex-modelo da Playboy Karen McDougal.
(Reportagem de Susan Heavey e Doina Chiacu)