WASHINGTON (Reuters) - A Casa Branca informou nesta terça-feira que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, teve um papel na produção de um comunicado no qual seu filho negava que um encontro que teve com uma advogada russa era relacionado à campanha presidencial de 2016, comentários posteriormente mostrados como enganadores.
A porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, disse durante entrevista coletiva que Trump “certamente não ditou (o comunicado), mas... ele contribuiu, deu uma sugestão como qualquer pai faria”.
“O comunicado que foi divulgado era verdadeiro e não há imprecisões no comunicado”, disse Sanders, embora e-mails posteriormente divulgados por Donald Trump Jr. mostrassem que o assunto do encontro seria possíveis informações prejudiciais sobre a rival do republicano Trump à Presidência, a democrata Hillary Clinton.
O Washington Post noticiou na segunda-feira que assessores de Trump discutiram a respeito do comunicado sobre o encontro e concordaram que Trump Jr. deveria emitir um comunicado verídico sobre o episódio para que “não possa ser repudiado posteriormente caso detalhes completos surjam”.
Mas o presidente, que voltava da Alemanha para casa em 8 de julho, alterou o plano e “pessoalmente ditou um comunicado no qual Trump Jr. disse que ele e a advogada russa haviam ‘inicialmente discutido sobre um programa de adoção de crianças russas’”, relatou o Post, citando pessoas não identificadas com conhecimento das deliberações.
Trump Jr. divulgou e-mails em julho que mostravam que ele concordou com entusiasmo em se encontrar no ano passado com uma mulher que lhe foi dito ser uma advogada do governo russo que podia ter informações prejudiciais sobre Hillary como parte do apoio oficial de Moscou a seu pai. O New York Times foi o primeiro a relatar o encontro na Trump Tower, em Nova York.
(Reportagem de Ayesha Rascoe)