WEST PALM BEACH, Flórida (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na quinta-feira que acredita que será tratado com justiça na investigação de um procurador especial sobre a interferência da Rússia na eleição presidencial do ano passado nos EUA, mas que não sabe quanto tempo o inquérito demorará.
A investigação federal está pairando sobre a Casa Branca desde que Trump tomou posse, quase um ano atrás, e nas últimas semanas alguns de seus aliados acusaram o procurador especial do Departamento de Justiça, Robert Mueller, de ser tendencioso em relação ao presidente republicano.
Mas em uma entrevista ao jornal New York Times, Trump pareceu minimizar os temores a respeito da investigação, desencadeada pela conclusão de agências de inteligência norte-americanas de que a Rússia tentou ajudar Trump a derrotar a democrata Hillary Clinton roubando e divulgando emails constrangedores e disseminando propaganda.
"Não houve conluio. Mas acho que ele será justo", disse Trump no que o NYT descreveu como uma entrevista improvisada de 30 minutos em seu clube de golfe em West Palm Beach, na Flórida.
Mueller acusou quatro pessoas ligadas a Trump no inquérito. Moscou negou ter interferido na eleição.
Neste mês o vice-secretário de Justiça dos EUA, Rod Rosenstein, disse não estar a par de qualquer má conduta da equipe de Mueller.
Os advogados de Trump estão dizendo há semanas que acreditam que a investigação de Mueller terminará rapidamente, possivelmente até o final de 2017. Mueller não comentou quanto tempo ela tomará.
Trump afirmou ao NYT que não sabe quanto tempo a apuração levará. "Quanto ao prazo, não posso lhes dizer. Simplesmente não sei".
O presidente disse acreditar que um inquérito demorado "passa uma imagem ruim do país", mas que energizou sua base de apoiadores.
"O que ela fez foi revoltar a base e tornar a base mais forte. Minha base está forte como nunca", sustentou.
A entrevista foi uma interrupção rara na pausa de Natal de Trump na Flórida. Ele tem jogado golfe todos os dias, com exceção do dia de Natal, e se mantido discreto, com exceção de tuítes ocasionais.
O presidente passou um dia jogando golfe com o senador republicano David Perdue, da Geórgia, que vem defendendo uma legislação para limitar a imigração, e jantou na quinta-feira com o secretário de Comércio, Wilbur Ross, que postula políticas rígidas para o comércio internacional.
(Por Roberta Rampton, em West Palm Beach, e Eric Beech e Yeganeh Torbati, em Washington)