Por Steve Holland e Jeff Mason
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta terça-feira que existe uma chance substancial de a cúpula com o líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, não acontecer como planejado em 12 de junho devido a receios de que Kim não esteja comprometido com a desnuclearização.
Trump provocou dúvidas sobre a reunião planejada em Cingapura em conversas com o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, que foi a Washington para pedir a Trump que não deixe escapar uma oportunidade rara com a reclusa Coreia do Norte.
"Se não acontecer, talvez aconteça mais tarde", disse Trump. "Pode não dar certo para 12 de junho".
Trump reagia a uma mudança de tom abrupta da Coreia do Norte na semana passada, quando Pyongyang insinuou que a cúpula poderia ser cancelada se o país fosse forçado a um "abandono nuclear unilateral".
Os comentários de Trump no Salão Oval da Casa Branca foram seu sinal mais contundente até o momento da possibilidade de um adiamento ou cancelamento do que seria a primeira cúpula da história entre os líderes dos EUA e da Coreia do Norte.
Não ficou claro se Trump estava de fato desistindo da cúpula ou se a declaração é uma estratégia para persuadir Pyongyang a negociar.
Um adiamento ou fracasso da cúpula representaria um grande golpe ao que apoiadores do presidente norte-americano esperam ser a maior conquista diplomática de sua Presidência.
Nesta terça-feira Trump reiterou comentários da semana passada, dizendo que Kim estará seguro e que seu país será rico caso se desnuclearize.
Mas ele pôs a cúpula em dúvida, dizendo que existem condições que precisam ser cumpridas e que, se a Coreia do Norte se recusar a tanto, o encontro não acontecerá.
Antes de ver Trump, Moon se encontrou com o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, e com o assessor de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton, e os exortou a acelerar os preparativos da cúpula Trump-Kim.
"Nós, o povo sul-coreano... esperamos muito de vocês. Por favor, tomem conta de nós", disse Moon, segundo um comunicado de Seul, uma piada aparente que mesmo assim mostra a importância que ele atribui à reunião.
Um comunicado do governo sul-coreano disse que Moon procurou apaziguar o receio que existe a respeito das intenções de Pyongyang dado seu histórico de fazer promessas e recuar em negociações internacionais.
(Reportagem adicional de Joyce Lee, em Seul)