Por Nathan Layne
DES MOINES, Estados Unidos (Reuters) - Donald Trump disse na quarta-feira que sabe quem quer para seu companheiro de chapa na disputa pela Presidência dos Estados Unidos em 2024 e que seu compromisso com a aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) dependerá de como os europeus tratam os EUA.
Na liderança da disputa pela indicação para ser o candidato do Partido Republicano à Casa Branca, Trump foi questionado por âncoras em uma reunião ao vivo da Fox News sobre quem estava sendo considerado para vice-presidente em sua chapa.
"Na verdade, não posso lhes dizer isso. Quero dizer, eu sei quem será", disse Trump à uma reunião com eleitores republicanos em Des Moines, no Estado de Iowa, cinco dias antes da disputa primária pela nomeação da sigla no Estado do Meio-Oeste dos EUA.
Em uma pergunta posterior, perguntaram-lhe se ele estaria disposto a fazer um acordo com qualquer um de seus rivais na disputa republicana, ao que ele respondeu: "Claro que sim".
As especulações sobre um companheiro de chapa se concentraram em parte em Elise Stefanik, uma aliada de Trump e quarta republicana mais importante na Câmara dos Deputados, e em Nikki Haley, uma rival que foi embaixadora da ONU de 2017 a 2018 durante o governo Trump.
POSIÇÃO SOBRE OTAN
Trump foi questionado sobre sua posição em relação à Otan -- uma pergunta que se seguiu à revelação, na quarta-feira, de que o ex-presidente disse a altas autoridades europeias, enquanto estava na Casa Branca, que os Estados Unidos nunca ajudariam a Europa se o continente fosse atacado.
"Depende se eles nos tratarem adequadamente", disse Trump quando perguntado pelos âncoras da Fox News sobre seu compromisso com a aliança. "Veja, a Otan se aproveitou do nosso país. Os países europeus se aproveitaram."
Durante seu primeiro mandato, de 2017 a 2021, Trump entrou repetidamente em conflito com aliados tradicionais sobre comércio e gastos com defesa.
A reunião de Trump com eleitores, que concorreu com a transmissão de um debate entre os pré-candidatos republicanos à Casa Branca do qual ele se recusou a participar, mas que teve as presença de Haley e do governador da Flórida, Ron De Santis, aconteceu poucas horas depois que o ex-governador de Nova Jersey, Chris Christie, desistiu de sua candidatura.
Christie não conseguiu ganhar impulso em uma campanha centrada em críticas ferozes às políticas e ao caráter de Trump, e Trump foi questionado se o consideraria como companheiro de chapa.
"Não estou vendo isso", disse ele. "Isso seria uma reviravolta, Christie para vice-presidente."
Trump mantém uma liderança dominante na disputa para ser o candidato republicano contra o presidente Joe Biden na eleição de 5 de novembro, de acordo com uma pesquisa Reuters/Ipsos de âmbito nacional concluída na terça-feira. A pesquisa o colocou com 49%, à frente de Haley, com 12%, e DeSantis, com 11%.
Trump disse que não estava preocupado com a possibilidade de o apoio de Christie na primária de New Hampshire -- estimado em 12% em um agregado de números de pesquisas da RealClearPolitics -- passar para Haley, que está com 29%. Trump está na liderança no Estado com 43%.
A base de apoio de Christie estava muito concentrada em New Hampshire, o Estado do nordeste dos EUA que realiza a segunda disputa de nomeação republicana em 23 de janeiro, depois de Iowa na segunda-feira.
"Não estou exatamente preocupado com isso", disse Trump. "Eu amo as pessoas. Elas me amam, eu acho."
Trump observou que Christie foi ouvido na quarta-feira prevendo que Haley "seria derrotada" na disputa e que "não estava à altura" do cargo de presidente, dizendo que concordava com Christie.
"Eu a conheço muito bem e acredito que Chris Christie está certo. Na verdade, essa é uma das poucas coisas em que ele está certo", disse ele.
Em seu debate, DeSantis e Haley tentaram emergir como a alternativa clara a Trump, poucos dias antes de os primeiros votos da campanha serem lançados. Mas com o ex-presidente ausente mais uma vez do palco do debate, os rivais concentraram grande parte de sua munição um no outro, em vez de em Trump, o líder da disputa.
(Reportagem de Nathan Layne, em Des Moines)