WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi recebido com vaias nesta quinta-feira ao comparecer ao velório da juíza da Suprema Corte Ruth Bader Ginsburg do lado de fora da Suprema Corte do país, diante de uma multidão que se reuniu para homenagear a juíza liberal.
Trump, usando uma máscara facial preta e acompanhado pela primeira-dama, Melania Trump, ficou perto do caixão em meio a vaias e gritos de "vote contra ele". O momento destacou o ponto crítico da morte de Ginsburg antes da eleição presidencial de 3 de novembro.
O presidente republicano, que já nomeou duas pessoas à Suprema Corte desde que assumiu o cargo em 2017, já disse que revelará sua última escolha no sábado, uma semana após a morte da juíza de 87 anos em 18 de setembro.
A decisão de avançar rapidamente com uma substituição menos de dois meses antes da eleição traçou linhas nítidas entre republicanos e democratas, além de reformular a corrida enquanto Trump busca a reeleição durante uma pandemia de coronavírus que matou mais de 200 mil pessoas nos Estados Unidos e devastou a economia.
Ginsburg, nomeada pelo presidente democrata Bill Clinton em 1993, foi um ícone para os liberais, especialmente porque o tribunal se tornou cada vez mais conservador. Sua morte gerou um novo impulso dos democratas para levar as pessoas às urnas em novembro e uma alto volume de doações de campanha.
Antes da eleição de 2016 que fez de Trump presidente, Ginsburg o criticou publicamente, chamando-o de "farsante" em uma entrevista. Em resposta, Trump tuitou "sua cabeça não funciona bem", referindo-se à jurista. Mais tarde, ela se desculpou, dizendo que lamentava os comentários "imprudentes".
Trump atraiu críticas nos últimos dias por não honrar o último desejo de Ginsburg, supostamente ditado em um comunicado à neta da juíza, de que apenas o próximo presidente pudesse escolher um substituto.
(Por Jeff Mason e Susan Heavey)