Por Caroline Spiezio e Rick Linsk
(Reuters) - A campanha à reeleição do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está gastando centenas de milhares de dólares com advogados para contestar a votação pelo correio, inclusive no Estado-chave da Pensilvânia, mostraram dados da Comissão Eleitoral Federal (FEC).
A campanha pagou mais de 250 mil dólares ao Porter Wright Morris & Arthur, escritório de advocacia que a representa em ações civis sobre o uso de caixas de coleta e outras mudanças nos procedimentos de votação pelo correio da Pensilvânia, de acordo com os dados.
Nas eleições de 3 de novembro, acredita-se que mais eleitores enviarão seus votos pelo correio, ao invés de ir às urnas, por causa da pandemia de coronavírus, mas o republicano Trump vem insistindo em uma ligação entre a votação pelo correio e fraudes eleitorais sem apresentar provas.
Mais de 200 ações civis relacionadas à eleição já foram registradas, muitas delas se concentrando na votação pelo correio, que os democratas estão mais inclinados a usar, de acordo com algumas pesquisas de opinião.
O Porter Wright não respondeu a pedidos de comentário. A porta-voz da campanha de Trump, Thea McDonald, tampouco quis comentar.
Em agosto, a campanha de Trump pagou mais de 980 mil dólares por serviços legais --em julho o valor havia sido de cerca de 332 mil, revelaram dados da FEC. A campanha gastou mais de 3,9 milhões de dólares em serviços legais entre março, quando Joe Biden começou a emergir como o principal pré-candidato democrata, e o mês passado, segundo os dados.
A campanha de Biden, em comparação, gastou cerca de 660 mil dólares com serviços legais durante este período, conforme os dados. Quase 472 mil foram para a empresa de consultoria externa Covington & Burling, onde trabalha Eric Holder, ex-secretário da Justiça do governo Obama.
Um representante da campanha de Biden não quis comentar os dados.
No dia 17 de setembro, a Suprema Corte da Pensilvânia determinou que as autoridades estaduais podem aceitar votos pelo correio até três dias depois da eleição, contanto que eles tenham sido enviados até o dia 3 de novembro.
Os republicanos da Pensilvânia indicaram nos autos que apresentaram nesta semana que pedirão à Suprema Corte que revise o caso.
A Reuters analisou os gastos das campanhas com advogados usando relatórios submetidas à FEC em 20 de setembro, que cobrem gastos feitos até 31 de agosto e não incluem os dispêndios de comitês de ação política.
Trump se recusou a se comprometer com uma transferência de poder pacífica se perder a eleição para Biden, e disse acreditar que a batalha eleitoral terminará na Suprema Corte dos Estados Unidos.