Por Doina Chiacu e Christine Kim
WASHINGTON/SEUL (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu sequência a seu alerta incendiário para que a Coreia do Norte não ameace seu país alardeando a força do arsenal nuclear dos EUA, embora tenha expressado a esperança de que não precisará usá-lo.
As mensagens de Twitter de Trump sobre o arsenal nuclear vieram depois de Pyongyang dizer que está cogitando planos de um ataque de mísseis contra Guam, território norte-americano no Oceano Pacífico. Isto, por sua vez, aconteceu depois de Trump afirmar, na terça-feira, que qualquer ameaça norte-coreana aos EUA seria recebida com "fogo e fúria".
"Minha primeira ordem como presidente foi renovar e modernizar nosso arsenal nuclear. Agora ele é muito mais forte e mais potente do que nunca antes", tuitou.
"Espero que nunca tenhamos que usar este poder, mas jamais chegará um tempo em que não seremos a nação mais poderosa do mundo!"
O aumento acentuado das tensões entre um país que tem um dos maiores arsenais nucleares do mundo e um aspirante a potência nuclear abalou os mercados financeiros e levou o secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, a tentar minimizar a retórica.
Embora Trump tenha afirmado que seu poderio nuclear é mais poderoso do que nunca, autoridades dos EUA dizem que na verdade são necessárias décadas para se modernizar armas nucleares, uma medida já em curso durante o governo do ex-presidente Barack Obama, e que existem tratados que regulamentam a expansão nuclear. O governo Trump ainda está realizando uma análise sobre sua postura nuclear.
Pouco depois dos comentários de Trump a respeito do arsenal, Tillerson pousou em Guam para uma visita previamente agendada depois de dizer aos repórteres que não acredita haver uma ameaça iminente da Coreia do Norte e que "os americanos deveriam dormir bem à noite".
Ele disse que, com seu alerta de "fogo e fúria", o presidente dos EUA estava tentando usar o tipo de linguagem que ecoa no líder norte-coreano, Kim Jong Un. A Coreia do Norte ameaça destruir os EUA com frequência.
Mais cedo nesta quarta-feira, o regime disse estar "examinando cuidadosamente" um plano para atacar Guam, lar de cerca de 163 mil pessoas e de uma base militar norte-americana que inclui um esquadrão de submarinos, uma base aérea e um grupo da Guarda Costeira.
O plano será posto em prática a qualquer momento assim que Kim Jong Un tomar uma decisão, disse um porta-voz do Exército em um comunicado divulgado pela agência de notícias estatal KCNA.