Por Andy Sullivan
WASHINGTON (Reuters) - Estado-chave na eleição presidencial dos Estados Unidos, a Geórgia deve declarar nesta quinta-feira a vitória de Joe Biden sobre o presidente Donald Trump após uma recontagem angustiante, o que seria mais um revés nos esforços de Trump para se agarrar ao poder.
A principal autoridade eleitoral da Geórgia, que é republicana, disse que a recontagem manual de quase cinco milhões de votos dificilmente reduzirá a margem inicial de 14 mil votos a favor de Biden em um patamar suficiente para garantir um triunfo de Trump no Estado.
Isso deixaria o republicano Trump com um número cada vez menor de opções para reverter os resultados de uma eleição na qual o democrata Biden recebeu 5,8 milhões de votos a mais. Excetuando-se uma série de acontecimentos inéditos, Biden será empossado no dia 20 de janeiro de 2021.
No Colégio Eleitoral, que determina o vencedor, Biden obteve 306 votos --muito acima dos 270 necessários-- e Trump 232. O vencedor de cada Estado recebe os votos daquele Estado no Colégio Eleitoral.
Mas além de reverter os 16 votos da Geórgia que foram para Biden, Trump também teria que conquistar ao menos outros dois Estados muito disputados. Autoridades da Geórgia dizem que esperam divulgar os resultados nesta quinta-feira, um dia antes do prazo de certificação.
Na Pensilvânia, onde Biden venceu por 82 mil votos, a equipe de campanha de Trump está pedindo a um juiz que o declare vencedor e dizendo que o legislativo estadual, de maioria republicana, deveria escolher os eleitores que depositarão os 20 votos do Estado no Colégio Eleitoral.
No Wisconsin, a equipe de Trump pagou por uma recontagem parcial, embora as autoridades eleitorais estaduais tenham dito que isso provavelmente só aumentará a vantagem de 20 mil votos de Biden em um Estado que tem 10 votos no Colégio Eleitoral.
A equipe de Trump iniciou ações judiciais em vários outros Estados, inclusive o Michigan, com pouco sucesso até agora.
Estas manobras legais, salpicadas de erros factuais, foram refutadas pela equipe de Biden, que as considerou "encenações" que não se baseiam na lei.
Vários escritórios de advocacia destacados desistiram da operação, deixando o advogado pessoal de Trump, Rudy Giuliani, no comando das iniciativas.
Autoridades eleitorais estaduais e federais, assim como especialistas externos, dizem que o argumento de Trump de que sua vitória lhe foi roubada por meio de uma fraude eleitoral generalizada não tem base nos fatos.