Por Jonathan Stempel
NOVA YORK (Reuters) - Um juiz dos Estados Unidos negou na terça-feira tentativa de Donald Trump de descartar uma alegação de difamação de E. Jean Carroll no julgamento do próximo mês sobre se o ex-presidente estuprou a ex-colunista da revista Elle em meados da década de 1990.
O juiz distrital dos EUA Lewis Kaplan em Manhattan rejeitou a alegação de Trump de que "privilégio absoluto de litígio" imunizava o ex-presidente por supostamente difamar Carroll em 12 de outubro passado em sua plataforma de mídia Truth Social, quando negou a ocorrência do estupro.
Os advogados de Trump não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.
O julgamento agendado para 25 de abril está relacionado ao suposto estupro de Carroll por Trump no final de 1995 ou início de 1996 em um provador da loja de departamentos Bergdorf Goodman em Manhattan.
Carroll também está buscando uma ação por agressão sob uma lei de Nova York que permite que sobreviventes de abuso sexual processem seus supostos agressores muito depois dos prazos de prescrição.
Em postagem no dia 12 de outubro, Trump disse que não conhecia Carroll, que ela inventou a alegação de estupro para promover suas memórias e que a afirmação era "farsa", "mentira", "fraude" e "golpe completo".
A postagem repetiu substancialmente muitos comentários que Trump fez em junho de 2019 na Casa Branca, que já havia sido alvo de um processo ainda pendente de Carroll cinco meses depois.
Trump disse que sua postagem equivalia a comentários sobre processo anterior de Carroll e suas defesas e, portanto, estava protegido.
Mas o juiz afirmou que a postagem de Trump não era um "relato de qualquer processo judicial" nem um "relato justo e verdadeiro" de tal processo que justificaria a imunidade.
(Reportagem de Jonathan Stempel em Nova York)