Por Jack Queen
(Reuters) - Donald Trump não tentará transferir um processo criminal alegando que ele conspirou para reverter sua derrota nas eleições presidenciais de 2020 na Geórgia de um tribunal estadual para um federal, disseram seus advogados nesta quinta-feira, um desdobramento que poderia simplificar o caminho do ex-presidente dos Estados Unidos para o julgamento.
Trump, o principal candidato à indicação presidencial republicana para 2024, e 18 outros são acusados de pressionar as autoridades eleitorais da Geórgia para reverter sua derrota em 2020 no Estado para o atual presidente norte-americano, Joe Biden, um democrata.
Trump negou qualquer irregularidade e disse que o caso faz parte de uma caça às bruxas política. Ele e seus corréus se declararam inocentes.
O movimento desta quinta-feira é significativo porque se esperava que Trump se juntasse a vários corréus na tentativa de transferir seu caso de uma corte estadual para um tribunal federal, onde ele poderia enfrentar um júri mais amigável do que no condado de Fulton, Geórgia, um reduto democrata onde o processo foi apresentado.
A tentativa de transferir o caso também poderia levá-lo a ficar atolado em audiências e recursos. Os promotores estão pressionando para que todos os 19 réus sejam julgados juntos já em 23 de outubro, embora um juiz tenha dito que não acredita que esse prazo seja viável.
Inicialmente, Trump havia indicado que seguiria o exemplo de seu ex-chefe de gabinete Mark Meadows, que rapidamente tentou levar seu caso para um tribunal federal, mas foi rejeitado este mês quando um juiz decidiu contra ele. Meadows está apelando dessa decisão.
Trump, Meadows e outros 17 foram acusados em um amplo indiciamento em agosto. Trump disse que o processo criminal e três outros que ele enfrenta fazem parte de uma trama política que visa impedi-lo de retomar à Casa Branca nas eleições do próximo ano.
Trump enfrenta acusações criminais em quatro casos. Ele também está sendo indiciado na Flórida por seu manuseio de documentos confidenciais após deixar o cargo, em Washington por seus esforços para reverter a eleição de 2020 e em Nova York por causa de suborno pago a uma estrela pornô antes da eleição de 2016. Trump nega irregularidades e se declarou inocente também nesses casos.
Trump também enfrenta um processo civil movido pela procuradora-geral de Nova Iorque, que alega que ele e a empresa da família sobreavaliaram o valor dos seus ativos em bilhões de dólares para garantir melhores condições de empréstimos e seguros.
O julgamento desse caso está marcado para começar na segunda-feira. Na terça-feira, um juiz decidiu que Trump tinha cometido fraude e retirou dele o controle de várias propriedades importantes da sua carteira de negócios.
O julgamento incidirá, em grande medida, sobre o montante que Trump, as suas empresas e os seus dois filhos adultos terão de pagar em multas. O caso não envolve acusações criminais.
(Reportagem de Kanishka Singh)