Por Jan Wolfe
WASHINGTON (Reuters) - Um juiz decidiu nesta segunda-feira que o ex-presidente Donald Trump "provavelmente" cometeu um crime ao tentar pressionar seu vice-presidente a obstruir o Congresso e reverter sua derrota eleitoral no dia 6 de janeiro de 2021.
A afirmação foi feita em uma decisão que conclui que o comitê da Câmara dos Deputados dos EUA que investiga o violento ataque ao Capitólio norte-americano tem direito de ver os e-mails escritos a Trump por um de seus advogados na época, John Eastman. O magistrado afirmou que o plano de Trump de reverter sua derrota representava um "golpe".
"O tribunal conclui que, mais provavelmente do que não, o presidente Trump tentou corruptamente obstruir a sessão conjunta do Congresso no dia 6 de janeiro de 2021", afirmou o juiz distrital David Carter em Los Angeles, em uma decisão por escrito.
Representantes de Trump e Eastman, que trabalha em Los Angeles, não responderam imediatamente a pedidos por comentários.
Carter não tem poder de mover acusações criminais contra Trump. A decisão precisaria ser feita pelo procurador-geral dos EUA, Merrick Garland, por violações a leis federais.
A invasão ao Capitólio aconteceu enquanto o então vice-presidente Mike Pence e membros de ambas as Casas do Congresso se reuniam para certificar a vitória do democrata Joe Biden nas eleições de novembro de 2020.
"O dr. Eastman e o presidente Trump iniciaram uma campanha para reverter uma eleição democrática, uma ação sem precedentes na história norte-americana", escreveu Carter. "Sua campanha não é confinada a uma torre de marfim - foi um golpe em busca de uma teoria jurídica."
(Reportagem de Jan Wolfe)
((Tradução Redação São Paulo, 5511 56447702)) REUTERS AC