Por Roberta Rampton e Jeff Mason
WASHINGTON (Reuters) - O presidente norte-americano, Donald Trump, recuou nesta quinta-feira de sua ameaça de fechar imediatamente a fronteira sul dos Estados Unidos com o México, mas advertiu que pode impor tarifas às importações de carros do país vizinho a menos que este faça mais para deter os imigrantes ilegais e as drogas.
Trump causou pânico no empresariado dos EUA na sexta-feira passada ao dizer que provavelmente fecharia a fronteira nesta semana para lidar com um aumento no número de imigrantes da América Central, mas desde então recuou da ameaça.
Nesta quinta-feira, ele disse aos repórteres na Casa Branca que quer ver o México deter mais imigrantes na divisa sul, e deu um prazo para o país fazer mais para conter drogas ou enfrentar tarifas.
"Daremos um alerta de um ano a eles, e se as drogas não pararem, ou a maior parte não parar, colocaremos tarifas no México e em produtos – em particular carros. Tudo diz respeito aos carros", disse Trump aos repórteres.
Trump fez da extinção da imigração ilegal um dos pilares de sua campanha pela Casa Branca em 2016, prometendo construir um muro na fronteira para deter os imigrantes. Quando o Congresso recusou conceder o dinheiro para erguer o muro, ele declarou uma emergência nacional para redirecionar fundos de outros projetos.
Também nesta quinta-feira, ele disse que o noticiário dos últimos dias induziu o México a refrear o fluxo de imigrantes aos EUA e adotar outras ações para reduzir a pressão nos pontos de entrada do território norte-americano.
Trump planeja visitar a fronteira em Calexico, na Califórnia, na sexta-feira.
"Muitas coisas boas estão acontecendo com o México. O México entende que fecharemos a fronteira, ou eu vou colocar tarifas sobre carros", disse.
Separadamente, exportadores mexicanos disseram nesta semana que estão cogitando enviar seus bens aos EUA por via aérea para evitar uma fila de caminhões de oito quilômetros na divisa, resultado de o governo Trump ter transferido agentes federais das verificações alfandegárias para tarefas relacionadas à imigração.
Fabricantes de peças automotivas e equipamentos médicos estão entre as empresas mexicanas que estudam o transporte aéreo mais caro para evitar incorrer em penalidades por entregas atrasadas a clientes dos EUA ou ao fechamento de fábricas, explicou Luis Aguirre, presidente da câmara da indústria manufatureira mexicana, Index, na noite de quarta-feira.
(Por Roberta Rampton e Jeff Mason)