Por Phil Stewart e Idrees Ali
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reduzirá drasticamente o número de forças dos EUA no Afeganistão de 4.500 para 2.500 antes de deixar o cargo, anunciou o Pentágono nesta terça-feira, sem confirmar a retirada completa de militares norte-americanos do país que Trump ameaçara realizar até o Natal.
A decisão de Trump de uma retirada parcial, divulgada pela Reuters na segunda-feira, gerou alertas de críticos que afirmam que isso prejudicará a segurança e afetará as frágeis negociações de paz com o Taliban.
O secretário de Defesa dos EUA, Christopher Miller, que Trump nomeou na semana passada depois de demitir Mark Esper, confirmou a retirada e também delineou uma retirada modesta das forças no Iraque, que reduzirá o número de soldados dos EUA no país de 3.000 para 2.500.
Logo depois do anúncio, o principal republicano no Senado, o líder da maioria, Mitch McConnell, alertou contra quaisquer mudanças importantes na defesa ou política externa dos EUA nos próximos meses --incluindo grandes retiradas de tropas no Afeganistão e no Iraque.
Autoridades norte-americanas e afegãs estão alertando sobre níveis preocupantes de violência por parte dos insurgentes do Taliban e das persistentes ligações do Taliban com a Al Qaeda.
Foram esses laços que desencadearam a intervenção militar dos EUA em 2001, após os ataques da Al Qaeda em 11 de Setembro nos Estados Unidos. Milhares de soldados norte-americanos e aliados morreram em combates no Afeganistão desde então.
Alguns oficiais militares dos EUA vinham pedindo a Trump para manter os níveis atuais de tropas dos EUA em cerca de 4.500 por enquanto.
A retirada ficou aquém da promessa de Trump, feita em 7 de outubro, quando disse no Twitter: "Devemos ter o pequeno número restante de nossos bravos homens e mulheres servindo no Afeganistão em casa até o Natal!."