Por Steve Holland
WASHINGTON (Reuters) - O presidente Donald Trump rejeitou nesta quinta-feira a possibilidade levantada por democratas sobre a abertura de um processo de impeachment contra ele após a investigação relativa à Rússia, dizendo que não fez nada para merecer tal resultado.
Em declaração a jornalistas no gramado da Casa Branca antes de uma viagem ao Colorado, Trump demonstrou animação ao reagir a uma declaração do procurador especial dos Estados Unidos Robert Mueller na quarta-feira.
Mueller disse que seu relatório sobre o conluio russo na campanha presidencial de 2016 intencionalmente não acusou Trump de obstrução da Justiça, assim como não esclareceu o caso. A presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, sob pressão de alguns democratas para apoiar um inquérito de impeachment, reagiu à afirmação de Mueller dizendo que "nada está fora de questão".
Questionado sobre a possibilidade de sofrer impeachment, Trump disse: "Não sei como... É uma palavra suja, nojenta, repulsiva... É um imenso assédio presidencial."
Ele mencionou as normas da Constituição dos EUA no que diz respeito a um presidente poder ser acusado por "crimes de primeiro grau e contravenções".
"Não houve crime algum. Não houve contravenção alguma", disse.
Trump, em um tuíte matinal, deu a impressão de que estava reconhecendo que a interferência russa o ajudou a vencer a democrata Hillary Clinton na eleição de 2016. Em resposta a repórteres, ele disse o exato oposto.
"Não, a Rússia não me ajudou a ser eleito", afirmou, acrescentando que não precisara de ajuda para isso.
Trump desdenhou de Mueller, chamando-o de conflitante, além de apontar que Mueller é um amigo próximo do ex-diretor do FBI James Comey, que Trump demitiu semanas depois de assumir o cargo no início de 2017.