ANCARA (Reuters) - O presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, disse nesta sexta-feira que o Parlamento turco começará a ratificar a candidatura da Finlândia à Otan, mas não a da Suécia, removendo o maior obstáculo restante para ampliar a aliança de defesa ocidental enquanto a guerra continua na Ucrânia.
Falando em Ancara ao lado do presidente finlandês, Sauli Niinisto, Erdogan disse que Helsinque ganhou a bênção da Turquia depois de tomar medidas concretas para manter suas promessas de reprimir o que vê como terroristas e liberar as exportações de defesa.
Ancara continuará as discussões com Estocolmo sobre questões relacionadas ao terrorismo e a candidatura da Suécia à Otan dependerá diretamente das medidas tomadas, acrescentou.
Os Parlamentos de todos os 30 membros da Otan devem ratificar os candidatos.
"Decidimos iniciar a ratificação do processo de adesão da Finlândia à Otan em nosso Parlamento", disse Erdogan a repórteres após se encontrar com Niinisto, acrescentando que espera que o Parlamento endosse a adesão antes das eleições nacionais de 14 de maio.
Niinisto disse que aprovou a decisão e a chamou de "muito importante" para a Finlândia, que tem uma longa fronteira com a Rússia.
Em resposta à invasão russa da Ucrânia, Suécia e Finlândia se inscreveram no ano passado para aderir ao pacto transatlântico, mas enfrentaram objeções inesperadas da Turquia. Ancara diz que Estocolmo abriga membros de grupos terroristas, uma acusação que a Suécia nega.
Além da Hungria, cujo partido no poder tem dito apoiar as duas candidaturas nórdicas, mas adiou as etapas de ratificação, a Turquia é o único membro da Otan que ainda não autorizou a entrada da Finlândia e da Suécia.
(Reportagem de Ece Toksabay e Ceyda Caglayan na Turquia, Essi Lehto em Helsinque)