Por Robin Emmott
BRUXELAS (Reuters) - A Turquia desafiou pressões da União Europeia nesta quinta-feira para que revisasse suas leis antiterrorismo, dizendo que um ataque suicida no aeroporto de Istambul nesta semana, que deixou 42 mortos, justificava sua dura posição neste tema.
Mas autoridades turcas, que estão em Bruxelas para novas conversas sobre sua longeva tentativa de entrar na União Europeia, também argumentam que o bloco precisa da Turquia, com seu peso econômico e geopolítico, ainda mais agora que o Reino Unido votou por sair da UE.
A UE repetiu sua reivindicação de que a Turquia deve modificar suas leis antiterrorismo, dizendo que limitam a liberdade de expressão e permitem prisões de ativistas de direitos humanos. Ancara não deu sinais de que vai ceder.
“Hoje, a Turquia está lutando contra o terrorismo”, disse o ministro de Relações Exteriores, Mevlut Cavusoglu, em uma coletiva de imprensa conjunta com altos representantes da UE, referindo-se aos ataques de três supostos militantes do Estado Islâmico.
“Novas demandas sobre a Turquia encorajariam terroristas. Não podemos fazer quaisquer mudanças em nossas leis antiterror.”
A UE tem atribuído o aperto das leis antiterrorismo ao progresso na tentativa de Ancara de conseguir que seus cidadãos tenham o direito de viajar à Europa sem necessidade de visto. Esse direito é parte de um acordo mais amplo no qual a Turquia também promete aceitar de volta imigrantes sírios e de outras nacionalidades que tenham saído de seu território em direção à União Europeia.
O vice-chefe executivo da UE, que encontrou-se com Cavusoglu nesta quinta-feira, deu um tom mais otimista, dizendo que as conversas sobre a questão do visto estavam progredindo e seriam encerradas em breve.
O primeiro-vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, disse pelo Twitter: “Conversas construtivas com a Turquia, onde nossa visão sobre como implementar questões remanescentes sobre os vistos convergiram amplamente.”
A Comissão também busca aumentar seu fundo para refugiados na Turquia para 2 bilhões de euros até o fim de julho, a fim de pagar por serviços de saúde, escolas e habitação.