MOGADÍSCIO (Reuters) - Um avião cargueiro turco pousou na capital da Somália neste domingo para retirar as pessoas gravemente feridas na explosão devastadora de um caminhão bomba que matou ao menos 90 pessoas, incluindo dois turcos.
O avião também levou equipes e suprimentos médicos que devem atuar em um hospital gerido pelos turcos em Mogadíscio, disse a embaixada turca em um tuíte.
O ministro da Informação somali, Mohamed Abdi Hayir Mareye, disse à imprensa estatal que 10 somalis que ficaram gravemente feridos na explosão de sábado seriam levados para a Turquia. Os turcos enviaram 24 médicos para cuidar dos feridos que ficarão no país, acrescentou ele.
Desde uma grande onda de fome em 2011 na Somália, a Turquia tem sido um dos principais países a ajudar o país africano, numa iniciativa de Ancara para expandir sua influência no estratégico Chifre da África, onde antagoniza com rivais do Golfo Pérsico, como Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos.
A explosão de sábado, em um checkpoint cheio durante a hora do rush em Mogadíscio, foi o ataque mais fatal dos últimos dois anos na Somália assolada pela guerra. Ninguém assumiu a autoria do atentado de imediato, embora as autoridades culpem o grupo islamita al Shabaab, ligado à Al Qaeda.
Em um pronunciamento na noite de sábado, o presidente Mohamed Abdullahi Farmaajo disse que o grupo quis matar inocentes e destruir a infraestrutura do país.
“O povo e seu governo nunca serão desmobilizados de alcançar nossas metas de desenvolvimento e de reconstruir o país”, acrescentou ele.
Entre os mortos estavam muitos estudantes de uma universidade da cidade, segundo as autoridades. Uma testemunha da Reuters no aeroporto de Mogadíscio disse ter visto 15 somalis feridos e os corpos de dois turcos embarcarem no avião.
O ataque a bomba foi o 20o praticado por meio de um veículo com explosivos em 2019 na Somália, com um aumento no número de mortos nesse tipo de atentado em comparação com o ano passado, de acordo com o Instituto Hiraal, um centro de pesquisa em segurança de Mogadíscio.
(Reportagem de Abdi Sheikh e Feisal Omar)