Por Ece Toksabay e Yesim Dikmen
ANCARA (Reuters) - Procuradores turcos que investigam o desaparecimento do jornalista saudita Jamal Khashoggi interrogaram funcionários do consulado da Arábia Saudita em Istambul nesta sexta-feira, ampliando a busca por indícios de um caso que está tensionando algumas das alianças mais antigas de Riad.
Khashoggi desapareceu mais de quinze dias atrás depois de entrar no consulado para obter documentos para um futuro casamento. Autoridades turcas disseram acreditar que ele foi assassinado no edifício em 2 de outubro, mas Riad negou as alegações.
Em uma busca por pistas cada vez mais ampla, a polícia vasculhou uma floresta nos arredores de Istambul e uma cidade próxima do Mar de Marmara em busca dos restos mortais de Khashoggi, disseram duas autoridades turcas do alto escalão à Reuters, depois de rastrearem as rotas de carros que partiram do consulado saudita e da residência do cônsul no dia em que ele desapareceu.
Investigadores coletaram amostras dos dois edifícios, que analisarão em busca de vestígios de DNA de Khashoggi.
A agência estatal de notícias Anadolu disse que 20 funcionários do consulado deram depoimento à Procuradoria-Geral turca e que outras 25 pessoas, incluindo estrangeiros, serão questionadas como parte da investigação.
Entre os funcionários interrogados como testemunhas estão contadores, técnicos e um motorista, segundo a Anadolu. A investigação está sendo realizada pelo gabinete de terrorismo e crime organizado da Procuradoria, acrescentou.
A Turquia disse nesta sexta-feira que não compartilhou gravações de áudio que supostamente documentaram o assassinato de Khashoggi dentro do consulado, refutando reportagens segundo as quais as repassou para os Estados Unidos.
(Reportagem adicional de Tuvan Gumrukcu, Brendan O'Brien, Andrea Shalal, Maria Sheahan, Aziz El Yaakoubi, John Revill e Katie Paul)