NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - A Turquia afirmou nesta sexta-feira à Organização das Nações Unidas (ONU) que deu início aos ataques aéreos na Síria contra militantes do Estado Islâmico porque o governo sírio não é capaz nem está disposto a enfrentar o grupo islâmico radical.
A Turquia tem enfrentado uma crescente violência na fronteira de 900 quilômetros com a Síria, onde militantes do Estado Islâmico aproveitam uma guerra civil de mais de quatro anos para tomar faixas de território.
Em uma carta ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e ao Conselho de Segurança da organização, a Turquia justificou seus atos citando o artigo 51 da Carta da ONU, que fala do direito individual ou coletivo de se defender contra um ataque armado.
"É evidente que o regime na Síria não é capaz nem está disposto a impedir estas ameaças que emanam de seu território e põem em risco claramente a segurança da Turquia e a segurança dos seus cidadãos", escreveu o vice-embaixador da Turquia para a ONU, Levent Eler, na carta vista pela Reuters.
"A Síria tornou-se um refúgio seguro para (o Estado Islâmico). Esta área é usada pelo (Estado Islâmico) para treinamento, planejamento, financiamento e realização de ataques através das fronteiras", escreveu ele.
Aviões de guerra turcos atacaram alvos do Estado Islâmico na Síria pela primeira vez nesta sexta-feira, juntando-se a uma coalizão liderada pelos Estados Unidos que tem bombardedo alvos do grupo rebelde na Síria nos últimos 10 meses.
(Reportagem de Michelle Nichols)