ISTAMBUL (Reuters) - Procuradores turcos ordenaram a prisão de 103 soldados por suspeita de ligação com o clérigo muçulmano radicado nos Estados Unidos Fethullah Gulen, acusado por Ancara de orquestrar uma tentativa de golpe em 2016, reportou a agência de notícias estatal Anadolu nesta sexta-feira.
A polícia tem conduzido frequentes operações contra supostos seguidores do clérigo Fethullah Gulen desde a tentativa de golpe em julho de 2016, quando 250 pessoas foram mortas. Gulen nega qualquer envolvimento.
Na operação mais recente, realizada em Istambul e 31 outras localidades, a polícia deteve 74 pessoas até o momento, segundo a Anadolu. Os 103 suspeitos, todos na ativa, incluem coronéis e tenentes-coronéis, informou a agência, acrescentando que uma investigação mostrou que eles haviam se comunicado por telefones públicos e fixos.
Autoridades dizem que membros da suposta rede de Gulen se comunicavam via telefones públicos.
Os aliados da Turquia no Ocidente têm criticado as operações, que aconteceram em sua maioria durante um estado de emergência declarado pouco após a tentativa de golpe e que permaneceu em vigor até julho de 2018.
Críticos do presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, o acusam de usar a tentativa de golpe como pretexto para reprimir dissidentes, enquanto Ancara afirma que as medidas são necessárias para combater ameaças à segurança nacional.
(Reportagem de Ezgi Erkoyun e Daren Butler)