Por Natalia Zinets e Richard Balmforth
KIEV (Reuters) - O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, encurtou nesta quarta-feira uma viagem ao exterior depois que seu governo acusou forças regulares russas de atacarem suas tropas no leste da Ucrânia.
A acusação contra Moscou, feita na terça-feira, foi uma das mais graves feitas pela Ucrânia sobre o envolvimento militar direto da Rússia no conflito entre os separatistas pró-Rússia e as forças do governo ucraniano, iniciado há cerca de nove meses.
"Apesar de acordos preliminares, unidades militares ucranianas foram atacados no norte da zona operacional antiterrorista por formações militares regulares das Forças Armadas da Rússia", disse o porta-voz ucraniano Andriy Lysenko.
Um porta-voz para a operação militar no leste, Roman Turovets, disse por telefone: "As tropas ucranianas detiveram o avanço do inimigo e estão se reagrupando para empurrar o inimigo para trás".
Os confrontos de terça-feira eclodiram em dois postos de controle perto da cidade de Slovyanoserbsk, a noroeste de Lugansk.
Segundo Lysenko, a Ucrânia tinha identificado a movimentação da infantaria motorizada russa em direção à fronteira ucraniana, bem como uma divisão de artilharia. Não foram divulgados números de vítimas no confronto.
O novo enfrentamento levou Poroshenko a encurtar sua visita ao Fórum Econômico Mundial, na estância suíça de Davos, e voltar para a Ucrânia, disse seu porta-voz no Facebook.
A afirmação da Ucrânia de que suas tropas estão agora envolvidas em confrontos diretos com forças regulares russas em suas regiões orientais separatistas se seguiu a acusações do governo ucraniano de que os militares russos intensificaram as operações em apoio aos rebeldes.
Apesar de o Ocidente e o governo ucraniano afirmarem que há provas claras do envolvimento da Rússia, Moscou nega que forças regulares do país estejam atuando na Ucrânia.
A região ao redor de Lugansk inclui uma grande faixa de fronteira com a Rússia e, como grande parte está sob o controle dos separatistas, a área propicia a entrada de equipamento militar e as forças russas.
O primeiro-ministro ucraniano, Arseny Yatseniuk, disse na segunda-feira que armamento, incluindo foguetes de fabricação russa, estava inundando o país. Na terça-feira, Lysenko declarou que dois batalhões táticos, cada um dos cerca de 400 homens, tinha, cruzado da Rússia para a Ucrânia – acusação que o ministério russo da Defesa classificou como "um absoluto disparate".
Em um comunicado separado, o Ministério da Defesa ucraniano disse que as forças ucranianas se retiraram de um dos dois postos de controle atacados e que estavam tentando desalojar as forças inimigas.
((Tradução Redação Rio de Janeiro; 55 21 2223-7128))
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