Por Philip Blenkinsop
BRUXELAS (Reuters) - A União Europeia ajustou suas regras de exportação de vacinas contra Covid-19 nesta quarta-feira, definindo um direito mais claro de bloqueio de remessas para países com taxas mais altas de inoculação, como o Reino Unido, e para aqueles que não estão exportando suas próprias doses de vacina.
A medida cria o risco de atiçar tensões pós-Brexit com Londres, que alertou Bruxelas contra o "nacionalismo da vacina".
O chefe comercial da UE, Valdis Dombrovskis, disse em uma coletiva de imprensa que o mecanismo de autorização de exportações não está visando nenhum país especifico.
A Comissão Europeia, que supervisiona a política comercial dos 27 membros do bloco, delineou uma proposta que amplia as medidas existentes, que tentam garantir que as exportações planejadas pelas farmacêuticas não ameacem o suprimento já reduzido da UE.
A concessão de licenças de exportação se baseará na reciprocidade e na "proporcionalidade" --a situação epidemiológica, a taxa de vacinação e o acesso a vacinas no país de destino.
A proposta deve ser um tópico de debate na quinta-feira, dia de uma cúpula virtual de líderes da UE cujos países estão passando apuros com uma terceira onda de infecções que provoca lockdowns mais severos em meio à distribuição lenta de vacinas.
A comissária de Saúde da UE, Stella Kyriakides, disse que a situação está "alarmante" em muitos países do bloco, com casos crescentes em 19 membros e fatalidades em alta em oito deles.
(Por Philip Blenkinsop e John Chalmers em Bruxelas, Michel Rose em Paris)