BRUXELAS (Reuters) - A AstraZeneca (LON:AZN) (SA:A1ZN34) informou à União Europeia que não tem obrigações legais com o Reino Unido ou outros compradores que impediriam o suprimento total das doses de vacinas contra Covid-19 previstas em seu contrato com a UE, disse a porta-voz da Comissão Europeia nesta terça-feira.
Seus comentários em uma coletiva de imprensa contradizem declarações feitas pelo ministro da Saúde britânico, Matt Hancock, que afirmou várias vezes que a empresa anglo-sueca tem um acordo exclusivo com o Reino Unido que justificaria a priorização de suprimentos ao seu país.
"A AstraZeneca nos confirmou que não tem nenhuma obrigação legal com outras partes que a impediria de completar o cumprimento de suas obrigações" com a UE, disse a porta-voz da Comissão Europeia ao ser indagada sobre as declarações de Hancock.
Seu comentário repetiu os pontos principais do artigo 13.1 do contrato da UE com a AstraZeneca, conforme o qual a empresa concordou em não ter nenhuma obrigação contratual que limite sua capacidade de cumprir seus compromissos com o bloco.
A AstraZeneca não respondeu de imediato a pedidos de comentários.
A UE iniciou conversas com a AstraZeneca a respeito de um contestado mecanismo de resolução incluído em seu contrato depois que a farmacêutica disse que almeja entregar somente 100 milhões de doses até o final de junho, em vez de 300 milhões acertadas em contrato.
Até agora, o Reino Unido não exportou vacinas da AstraZeneca à UE, apesar de duas das fábricas da empresa estarem em solo britânico e dos apelos do bloco para ter acesso a doses produzidas no vizinho.
(Por Francesco Guarascio)