Por Dave Sherwood
HAVANA (Reuters) - A União Europeia vai mandar um enviado especial de direitos humanos a Cuba neste ano para discutir as consequências dos protestos contra o governo em julho de 2021, mas o principal diplomata da UE disse que não vai "impor" exigências ao país caribenho controlado pelos comunistas.
O chefe de política externa da UE, Josep Borrell, disse em visita a Cuba nesta semana que o representante especial da UE para os direitos humanos, Eamon Gilmore, visitaria a ilha no final de novembro "para analisar a situação criada antes, durante e depois das manifestações e prisões".
Centenas de cubanos permanecem na prisão após os protestos, os maiores desde a revolução de 1959 do ex-líder Fidel Castro.
Grupos de direitos humanos, a União Européia e os Estados Unidos têm criticado a resposta de Cuba aos protestos por considerá-la pesada e repressiva. O governo de Cuba disse que os presos eram culpados de agressão, vandalismo e sedição.
Borrell disse que a União Europeia, principal parceira comercial de Cuba, não fará exigências ao governo, apesar das divergências sobre os direitos humanos.
Com 27 membros, a UE rejeitou repetidamente o embargo comercial dos Estados Unidos durante a Guerra Fria, e Washington colocou Cuba em uma lista de Estados patrocinadores do terrorismo.
"A União Européia não tem capacidade nem vontade de impor mudanças em Cuba, mas queremos manter uma estrutura que nos permita falar sobre tudo o que nos une e nos divide sem tabus ou proibições", disse Borrell.
O apoio de Cuba à Rússia na guerra da Ucrânia tornou-se outro ponto crítico em seu relacionamento com a UE.
(Reportagem de Dave Sherwood; Reportagem adicional de Nelson Acosta)