Por Robin Emmott
BRUXELAS (Reuters) - A União Europeia não pode mais reconhecer legalmente o líder da oposição venezuelana Juan Guaidó como chefe de Estado legítimo do país, depois que ele perdeu a posição de chefe do Parlamento, disseram os 27 governos do bloco nesta quarta-feira.
Guaidó ainda é visto pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido como líder legítimo da Venezuela após a reeleição controversa do presidente Nicolás Maduro em 2018, e dois diplomatas da UE enfatizaram que a UE ainda não reconheceu Maduro como presidente.
Um comunicado da UE nesta quarta-feira ameaçou mais sanções contra o governo de Maduro, além de um embargo de armas e sanções já impostas a autoridades venezuelanas, para condenar o que considera violações de direitos e ruptura da democracia.
Mas os governos da UE referiram-se a Guaidó como um dos "representantes de saída da Assembleia Nacional”, no comunicado em que condenaram uma eleição parlamentar de 6 de dezembro que muitos países dizem ter sido fraudada. A nova assembleia, agora controlada por apoiadores de Maduro, começou os trabalhos nesta quarta-feira.
Enquanto a Venezuela afundava em uma crise que provocou emigração em massa e hiperinflação, Guaidó era a figura unificadora que liderou protestos para buscar o fim do governo Maduro.
Os dois diplomatas da UE disseram que Guaidó continua sendo uma das figuras pró-democracia mais importantes na Venezuela, onde a UE, os Estados Unidos, o Reino Unido e países da América Latina desejam mediar a organização de eleições livres e justas.