Por Francesco Guarascio
HANÓI (Reuters) - O chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell, disse nesta quarta-feira que o bloco não pode reconhecer o resultado da eleição da Venezuela até que todos os votos sejam contados e os registros fornecidos, em meio a preocupações internacionais sobre a integridade da votação.
A autoridade eleitoral da Venezuela disse que o presidente Nicolás Maduro conquistou um terceiro mandato no domingo com 51% dos votos, estendendo 25 anos de governo socialista, apesar das pesquisas de boca de urna que apontavam para uma vitória da oposição.
Borrell disse que a comissão eleitoral havia anunciado os resultados da votação com base em 80% das cédulas contadas, enquanto a oposição venezuelana publicou resultados muito diferentes.
"Esse é um motivo adicional para não reconhecer os resultados até que eles sejam verificados de forma completa e independente", afirmou ele aos repórteres durante uma visita ao Vietnã.
Os membros do bloco de 27 nações decidirão sobre os próximos passos possíveis somente depois que os resultados completos forem disponibilizados, acrescentou.
Manifestantes foram às ruas na Venezuela na terça-feira, exigindo que Maduro reconheça que perdeu a eleição, enquanto um importante observador internacional concluiu que a votação não foi democrática.
O governo denunciou as manifestações como uma tentativa de golpe.
O Carter Center, sediado nos Estados Unidos, que observou a votação, disse no final da terça-feira que a eleição não poderia ser considerada democrática, pois "não atendeu aos padrões internacionais de integridade eleitoral".