Por Gabriela Baczynska
BRUXELAS (Reuters) - A União Europeia quer que o Reino Unido respeite as regras do bloco sobre auxílio estatal, meio ambiente e direitos trabalhistas depois do Brexit para que não tenha um acesso injusto ao mercado comum europeu, disseram fontes diplomáticas e autoridades à Reuters.
A UE considera a questão crucial para garantir condições iguais caso a chamada solução temporária para a fronteira irlandesa entre em vigor após a separação britânica do bloco, mantendo todo o Reino Unido em uma zona aduaneira com o bloco.
"É importante que o Reino Unido não prejudique nossos próprios produtos em nosso próprio mercado em uma solução temporária Reino Unido-Irlanda", disse uma fonte a respeito da exigência da UE, surgida no momento em que os dois lados tentam fechar um acordo para o Brexit ainda neste mês.
A UE fez concessões a respeito do maior obstáculo das conversas --a solução temporária para a fronteira irlandesa, ou um arranjo emergencial que mantenha a divisa aberta independentemente do resultado do Brexit--, mas ainda existem diferenças sobre a duração de tal solução, um mecanismo de revisão ou a abrangência de uma aliança regulatória no caso de uma solução temporária, algo solicitado por Londres.
A UE apresentou as três áreas como o mínimo necessário, complementado pela ausência de tarifas comerciais internas ou cotas e as mesmas tarifas externas.
O bloco não quer permitir que o Reino Unido possa se retirar unilateralmente, mas propõe que qualquer decisão do tipo seja tomada por um comitê conjunto.
Agora a UE espera para ver se a primeira-ministra britânica, Theresa May, consegue convencer seu gabinete e o Parlamento a concordarem.
Caso isso seja possível, os negociadores da UE e do Reino Unido concordariam que se obteve um "progresso decisivo" nas tratativas do Brexit e o bloco convocaria uma cúpula especial de seus 27 líderes nacionais para endossá-la.
Embora isso ainda seja viável até o final de novembro, na quarta-feira o primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, alertou que as chances de se chegar a um acordo neste mês estão diminuindo.
Para o Reino Unido é importante selar um pacto antes da virada do ano para dar ao empresariado a clareza que este precisa para se planejar para o primeiro trimestre de 2019, quando o país deve se tornar o primeiro da história a se desfiliar da UE.