Por Marine Pennetier
PARIS (Reuters) - A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco, na sigla em inglês) criticou Israel nesta quarta-feira por limitar o acesso ao complexo da mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, foco da recente onda de violência entre israelenses e palestinos.
A resolução aprovada pelo comitê executivo da Unesco retirou uma cláusula polêmica do rascunho que declarava que o Muro das Lamentações – local mais sagrado onde os judeus podem rezar – é um espaço reservado para os muçulmanos, disseram diplomatas de Israel.
A cláusula, proposta por vários países muçulmanos, teria declarado o Muro como parte integral do complexo da mesquita de Al-Aqsa – um primeiro passo em potencial para proibir que os judeus se aproximassem do local onde oram e colocam bilhetes nas fissuras da parede milenar.
A esplanada elevada e murada é sagrada para as duas religiões. Os judeus a chamam de Monte do Templo, por ter sitiado dois templos bíblicos destruídos, e os muçulmanos de Haram al-Sharif, listando a mesquita como o edifício mais sagrado do islamismo fora da Arábia Saudita.
Grupos judeus de todo o mundo e o governo israelense criaram uma campanha de última hora contra a resolução, e a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, a desqualificou por ser perigosa diante dos protestos dos palestinos contra o que veem como uma presença cada vez mais impositiva dos judeus no complexo.
Em seu lugar, a resolução adotada nesta quarta-feira afirmou que a Unesco repudia as restrições à liberdade de culto na mesquita de Al-Aqsa e reiterou outras queixas contra a administração israelense de locais sagrados em disputa.