NOVA YORK (Thomson Reuters Foundation) - Mais de 300 mil pessoas foram desalojadas pelas enchentes no Malauí, na África Oriental, quase o dobro do estimado anteriormente, afirmou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) nesta quinta-feira.
Enchentes provocadas por semanas de fortes chuvas mataram 276 pessoas, deixaram outras 600 feridas e têm afetado mais de 1 milhão de habitantes, de acordo com os dados mais recentes divulgados pela unidade de Coordenação e Avaliação de Desastres da ONU (Undac).
"Com esses novos números... precisamos fazer um balanço de nossa resposta para garantir que todas as famílias e crianças tenham acesso aos serviços e suprimentos de emergência", disse o representante do Unicef no Malauí, Mahimbo Mdoe.
"Estamos monitorando cuidadosamente como as crianças desalojadas estão passando, pois sabemos como depois de um mês em acampamentos lotados as doenças se proliferam e pode ocorrer uma crescente desnutrição", acrescentou ele.
O Unicef afirmou que sua equipe está em alerta máximo para doenças transmitidas pela água, tais como cólera, disenteria e malária, e que os acampamentos para os desalojados estão proporcionando serviços essenciais de saúde a cerca de 56 mil mulheres e crianças.
Chuvas fortes começaram no Malauí no início deste mês, levando os rios a transbordar e gerando enchentes repentinas.
O Malauí é um dos países mais pobres e densamente povoados do mundo, e cerca de 85 por cento de seus 17,5 milhões de habitantes vivem em áreas rurais.
A chuva continua a cair nas áreas alagadas, impedindo que muitos dos deslocados retornem para suas casas.
(Reportagem de Maria Caspani)